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terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Como praticar o networking no dia-a-dia

Como praticar o networking no dia-a-dia
26/08/08

Networking não é um acontecimento, é um processo. Muita gente só
pensa na sua rede de contatos quando precisa desesperadamente: uma
meta de vendas para cumprir ou a necessidade de um novo emprego.
Infelizmente, ocorre na maioria dos casos. A pessoa torna-se
impertinente, irrelevante e, ainda por cima, pedinte. O verdadeiro
networking ocorre justamente pela via contrária, pela via do
oferecimento de ajuda, tempo, disponibilidade e proximidade. É
praticar o velho lema "ajude para ser ajudado".

Esse é o desafio do networker. Não dá para ajudarmos todos nossos
contatos e nem tomarmos café com todo mundo todo mês, então,
precisamos encontrar fórmulas que viabilizem essa prática. Primeiro,
é preciso compreender que nossos contatos não são iguais. Aliás, há
uma escala de proximidade que deve estar clara: rede de contatos,
rede de conhecidos e rede de amigos. Com os contatos tivemos
exatamente isso: um contato. Nada mais.
É o que acontece quando trocamos cartões num evento ou quando alguém
entra em contato conosco via e-mail. Já conhecidos são pessoas mais
próximas - não só temos seu contato, mas também as conhecemos e somos
reconhecidos por elas. É um grupo bem menor. E, claro, temos amigos,
além de familiares e parentes. Claro que vamos sempre priorizar os
mais próximos no nosso dia-a-dia. Ligamos, enviamos e-mails e,
naturalmente, damos mais atenção e ajuda para eles. Somos networkers
com amigos, pois é a essência do relacionamento humano.

O ponto que precisa de mobilização e cuidado são as redes de contatos
e conhecidos. Não dá para manter relações com todos como mantemos com
os amigos. Até porque um bom networker consegue chegar no que chamo
escala dos cinco (50 amigos, 500 conhecidos e 5000 contatos). Então,
a questão é como praticar networking com as redes de conhecidos e,
principalmente, com as de contatos.
É preciso utilizar um pouco da base do conceito de marketing de
relacionamento praticado pelas organizações. Elas estabelecem esse
follow-up em massa por meio de ações de comunicação e atividades
presenciais segmentadas. Por esse caminho e, sempre fornecendo algo
relevante e interessante, é possível nos mantermos ativos com nossos
contatos e conhecidos.

A internet tem ajudado muito nesse follow-up. Claro, é preciso
praticar com inteligência. Volta e meia eu recebo contatos de pessoas
que simplesmente perguntam: E aí? Tudo bem, como vão as coisas? E só.
Ou pior, "oi, tudo bem, indica o meu CV para seus amigos?" (?!). O
fenômeno dos blogs tem demonstrado um bom caminho. Muitos
profissionais, ao criarem e manterem blogs relevantes, bem
posicionados, encontram um bom motivo para, por meio de uma prestação
de serviços, manterem-se ativos e gerando conhecimento para seus
contatos e conhecidos.
É preciso compreender que a prática do networking exige preparação e
manutenção de serviços, seja por meio de um blog, seja promovendo
encontros temáticos, seja, simplesmente, atuando como conector entre
as pessoas - levando indicações e ajudando as pessoas, para não só
pedir, mas também ajudar.

As redes sociais na internet (Orkut, Plaxo, Linkedin) ajudam a manter
os dados dos contatos e conhecidos atualizados. Nesse sentido, é uma
boa ferramenta, mas, como disse, isso resolve parte do trabalho. Não
adianta ter os dados limpos e atualizados se não há uma mobilização
disposta a servir aos contatos e conhecidos.

Rede do Bem

Ser relevante é fundamental para manter a permissão ativa e só
conseguimos isso quando prestamos serviços para nossos contatos. Só
para exemplificar, eu tenho vários grupos de contatos, mas, nos
últimos anos, um grupo foi ganhando forma e representatividade: meus
alunos. Como leciono há 11 anos e aplico cursos abertos e in company
há muito tempo também, fui formando muitos alunos. Exatos 3.409
alunos que crescem a cada nova turma ou curso que aplico. É uma massa
crítica, atuante no mercado, em posição de média gerência para alta,
e muitos com poder de contração e seleção em suas empresas. Todos,
praticamente, preocupados com sua carreira e seu crescimento
profissional.

Com meus alunos formei o que chamamos de Rede do Bem. Uma rede
colaborativa e fechada (só entra na lista quem é aluno) de trocas de
vagas de emprego, em que os alunos que contratam priorizam e
valorizam os colegas alunos nos processos de seleção. É uma fórmula
simples, baseada no envio de boletins via e-mail a cada 15 dias. De
2006, quando a rede foi criada, para cá, foram distribuídas entre os
alunos 1.272 vagas de emprego! Ou seja, a cada quinzena eles recebem
um comunicado com uma média de 20 vagas de emprego ofertadas pelos
próprios alunos para os alunos. Por meio da Rede do Bem, consigo
manter contato relevante e pertinente com eles de uma forma que não
conseguiria se não buscasse prestar um serviço interessante e válido.
Por isso tudo que praticar networking dá muito trabalho. E a prática
correta é totalmente inversa à percepção que algumas pessoas têm: não
se faz networking explorando seus contatos para pedir coisas.
Networking se faz ajudando, fornecendo, informando e prestando
serviços. Mobilizando-se para as pessoas, conseguindo se manter
interessante e não interesseiro. O networker é como um líder:
trabalha para servir seus contatos e consegue com eles mais
envolvimento, comprometimento e colaboração.

*por Marcelo Miyashita, consultor e palestrante da Miyashita
Consulting e colunista do Mundo do Marketing. É professor de pós-
graduação e MBA, e leciona nas instituições: Cásper Líbero, FGV EAESP
GVpec, PUC-SP COGEAE, Madia Marketing School, Trevisan, IMES e IBModa.

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